Em 2012, na segunda época da equipa da Lotus depois de um intervalo de 18 anos, a construtora britânica apresentou como piloto Kimi Raikkonen que assim efetuava um dos mais impressionantes regressos à competição. Em 2009, Raikkonen abandonou a Ferrari e o mundo da Formula 1 durante 3 anos para seguir uma das suas paixões, o Rally assim como uma breve presença no campeonato de Nascar.

Sendo este o segundo ano da equipa, Gérard Lopez, na altura o patrão da equipa acreditava que o carro estivesse longe de ser competitivo, e foi utilizada uma clausula bastante atrativa para colocar o campeão do mundo finlandês no carro preto e dourado, 50.000 euros por cada ponto conseguido. O problema? O desempenho de Kimi foi tão bom que quase levou a histórica equipa à falência.
Os contabilistas da Lotus pensaram não haver causa para preocupação nas primeiras 3 corridas da época de 2012, mas assim que Kimi ganhou confiança no carro não parou de pontuar e na sua época de estreia na Lotus conseguiu 207 pontos o que equivaleu a cerca de 10.4 milhões de euros, dinheiro que a Lotus não tinha e os problemas realmente começaram a aparecer.
Raikkonen assinou um contrato de 2 anos, mantendo o com a equipa até 2014, ano em que volta a assinar com a Ferrari. Durante estes 2 anos, o desempenho de Raikkonen foi excepcional, totalizou 390 pontos com 13 pódios e duas vitórias, uma no Grande Prémio de Abu Dhabi em 2012 e outra no Grande Prémio Australiano em 2013. Só o bónus relativo aos pontos, exceptuando pódios e vitórias totalizou 19.5 milhões de euros.
Segundo Kimi, durante a época de 2013 a Lotus não efetuou qualquer tipo de pagamento ao piloto: ‘recebi um total de 0 euros.’ O finlandês conseguiu acumular 183 pontos e ameaçou fazer greve nas duas últimas corridas do ano, uma ameaça que se cumpriu mas alegadamente devido a uma cirurgia às costas.
Kimi juntou-se à Ferrari no ano seguinte depois do inesperado sucesso na Lotus e a construtora, em claras dificuldades financeiras acabou por ser comprada pela Renault em 2015 numa altura em que choviam casos em tribunal devido a dívidas excluindo a de Raikkonen que acabou por ser perdoada em parte pelo piloto.
Depois de assentar a poeira, o piloto recebeu a grande maioria do que lhe era devido com um total de cerca de 8 milhões de euros a serem perdoados duma quantia que incluindo salários e bónus chegava a 43 milhões de euros.

