A McLaren afirma preferir um desfecho similar ao de 2007 e perder o campeonato de pilotos para Max Verstappen do que escolher um favorito entre os seus dois pilotos.
A construtora de Woking caminha para as últimas 4 corridas do campeonato com uma renovada ameaça vinda de Max Verstappen, que se aproximou consideravelmente desde a pausa de verão.
Lando Norris e Oscar Piastri estão separados por apenas um ponto a caminho do Grande Prémio do Brazil este fim-de-semana com Verstappen a apenas 36 pontos da liderança.
A pressão colocada por Max Verstappen pode vir a dificultar bastante as políticas internas da McLaren, com a facilidade com que o neerlandês se aproximou à dupla pode ter de chegar a altura em que a McLaren será obrigada a escolher entre Piastri e Norris para garantir o título de pilotos.
No entanto, a equipa continua a insistir em não apoiar concretamente um piloto, mantendo assim uma política de dois pilotos número um. Antes da pausa de verão, já tinha sido verbalizada esta crença com fantasmas de 2007 a assombrarem a construtora.
2007 foi um ano que ficou marcado por uma luta feroz entre o então duas vezes campeão do mundo Fernando Alonso e um rookie britânico com o nome Lewis Hamilton. A dupla da McLaren perdeu o campeonato por um ponto para Kimi Raikkonen que aproveitou esta disputa interna para se tornar campeão por um ponto.

Olhando para a temporada de 2025, é possível desenhar certos paralelos entre a conjectura que se vivia na altura e a que é presenciada atualmente nos corredores de Woking, esquecendo obviamente a tensão que se vivia na altura.
No entanto, o quadro que se vem pintando não se demonstra suficiente para afastar a McLaren desta mentalidade, mesmo com um quatro vezes campeão do mundo e melhor piloto da era atual de Formula 1 a aproximar-se a cada Grande Prémio.
Zak Brown, o CEO da McLaren, foi convidado no Beyond the Grid, podcast oficial da Formula 1 e afirmou que acredita que os critérios de igualdade e a essência da equipa são muito mais importantes do que o resultado final do campeonato.
Quando questionado relativamente à possibilidade de Max vir a vencer, Brown afirmou que não teria problemas em congratular o piloto da Red Bull.
‘Apertava-lhe a mão e dava-lhe os parabéns. Quero garantir que se não ganharmos vai ser ele a bater-nos e não nós a bater-nos a nós próprios. Isso é muito importante.’
‘Tenho noção do que se passou em 2007, dois pilotos empatados em pontos. Temos dois pilotos que querem ser campeões do mundo, estamos a jogar ofensivamente, não defensivamente.’
‘E sinceramente, prefiro dizer que fizemos o nosso melhor com os pilotos empatados e que haja um terceiro que nos vença por um ponto do que a alternativa, que seria ter de dizer a um deles, empatado em pontos que não vai ser possível este ano porque tomamos uma decisão.’
‘Não é assim que corremos. Se 2007 acontecer novamente prefiro que seja assim do que escolher um favorito.’
Desde o ano passado que a McLaren tem realizado esforços intensos para garantir que as situações são o mais justas possível para toda a gente, ignorando o quão controversas as decisões sejam — Como a troca de posições em Monza depois de uma paragem menos conseguida para Lando.
No entanto, com a intensidade a aumentar, a decisão continua a ser a mesma.

Andrea Stella, chefe de equipa da McLaren acrescenta ainda que não teria problemas com um quinto campeonato para Max este ano, desde que não alterasse aquela que é a essência da equipa.
‘Para nós, o que é importante é conseguir dizer que tentamos o nosso melhor e que o fizemos tendo em conta as nossas ideias. E se o Max vencer este ano, nós vamos voltar a lutar pelo próximo e vamos lutar juntos.’
‘Por isso estando na minha situação é como se tivesses dois filhos e alguém te perguntasse qual era o teu favorito. São ambos meus filhos como é que é suposto dizer que tenho um favorito?’
‘Às vezes quando leio ou ouço comentários deste tipo costumo achar que são bastante superficiais e penso que as pessoas não têm noção da sensação que é ter dois pilotos que estão unidos nesta jornada na Formula 1. Sinto me tremendamente grato a ambos.’
Estará o título em risco para a dupla papaia?

