O regresso da Fórmula 1 a carros mais pequenos para 2026 obriga a Pirelli a desenvolver pneus menos largos.
Os pneus da frente vão ser reduzidos em 25mm de largura enquanto os traseiros irão ser reduzidos em 30mm. Com estas reduções é também esperado que os pneus percam algum peso, entre 300 a 500 gramas.
Para além destas mudanças, a Pirelli anunciou também que irá realizar mais duas alterações, com os compostos visados a ser o recém chegado C6 e os pneus para piso molhado.
O C6 foi originalmente concebido para circuitos onde a ação em pista é mais calma, como o Mónaco, no entanto devido aos problemas levantados pelos compostos atuais e a sua capacidade de realizar corridas de uma paragem de maneira consistente, sacrificando a ação em pista, a Pirelli decidiu inserir este composto que é o mais suave da sua gama em mais traçados.
Estreou-se em pista no Grande Prémio de Emilia Romagna e foi utilizado no Mónaco como seria previsto e no último Grande Prémio, o do Canada.
Muitas equipas e pilotos demonstram ainda dificuldades em extrair todo o potencial do pneu, o que seria de esperar devido ao quão recente é a sua utilização em sessões competitivas, no entanto esta adição já é capaz de adicionar alguma incerteza às sessões de corrida e qualificação, com as equipas a serem obrigadas a decidir quantos jogos de pneus irão levar para os domingos.
Tendo em conta as dificuldades sentidas por pilotos e equipas, a fornecedora oficial de pneus da F1 vai efetuar alterações a este composto de modo a tornar a borracha mais viável para sessões de qualificação.

‘’Diria que o composto está a fazer o seu trabalho porque tivemos, especialmente no Canada, uma qualificação muito boa porque a performance do C6 é muito similar à do C5 mas é diferente em termos de comportamento, por isso é que as equipas estão com dificuldades em compreender o pneu. Conhecem muito bem o C5 e este dá mais confiança aos pilotos mas o rendimento do C6 é ligeiramente melhor.’’ Explicou Mario Isola, diretor de desportos motorizados da Pirelli.
‘O que gostaria de ter no futuro é uma diferença de rendimento maior, atualmente é cerca de dois décimos e o ideal seria meio segundo, portanto queremos uma borracha muito agressiva mas com um nível de degradação similar ao que temos agora de modo a ajudar à criação de novas estratégias para o próximo ano.’
Relativamente às alterações aos pneus de piso molhado, a Pirelli procura solucionar um problema que os assombra há muito tempo com o full wet.
Este composto tem sido evitado pelas equipas devido à natureza da sua utilização. Nos últimos anos, quando as condições meteorológicas pedem algo mais que o intermédio é sinal que a corrida será muito provavelmente interrompida e o composto direcionado a uma pista completamente molhada apenas é utilizado atrás de um safety car.
‘O pneu intermédio já está mais ou menos cimentado como opção, o nosso problema atualmente é encontrar soluções para o pneu mais extremo. Queremos que o pneu seja mais usável, que não seja apenas para utilizar sobre safety car, queremos que seja um pneu de corrida a sério.’
‘Temos noção que o problema em chuva forte é a visibilidade e isto não é algo que possamos resolver mas vamos tentar efetuar algumas correções de modo a que seja mais viável.’