Christian Horner deixa a Red Bull com efeito imediato após 20 anos na liderança da construtora de Milton-Keynes, depois de 8 campeonatos de pilotos e 6 campeonatos de construtores.
Horner tinha um contrato até 2030 mas acaba por ser despedido a meio da época de 2025 que se tem vindo a provar uma desilusão para a Red Bull.
Pela primeira vez desde a criação da equipa austríaca vai haver uma mudança de team principal, Horner liderava a equipa desde 2005 sendo uma das peças mais importantes do sucesso vivido pela Red Bull no topo do desporto motorizado.
Com Verstappen a 69 pontos da liderança do campeonato de pilotos e a Red Bull completamente afastada da luta pelo campeonato de construtores estando em quarto lugar e a 288 pontos da McLaren na liderança, juntamente com o infeliz desempenho de Liam Lawson e Yuki Tsunoda, os quadros superiores da Red Bull sentem que esta é a altura para uma mudança.
Horner foi aparentemente dado como culpado em múltiplas situações que deixaram a Red Bull enfraquecida, entre as quais a renovação de contrato com Sergio Perez que acabaram por prejudicar a Red Bull financeiramente assim como as escolhas de Yuki Tsunoda e Liam Lawson para o segundo carro.
Laurent Mekies, atual team principal da Racing Bulls será o escolhido para a sucessão.
Antes de entrar na família da Red Bull, Mekies já tinha passado por funções dentro da Ferrari e da FIA.
Alan Permane será o novo team principal da Racing Bulls.
‘Queremos agradecer ao Christian pelo seu trabalho excepcional nos últimos 20 anos. com o seu compromisso inabalável para com a equipa, experiência, capacidades e inovação foi uma peça instrumental em estabelecer a equipa da Red Bull Racing como uma das mais atrativas e bem sucedidas na Formula 1.’ afirmou Oliver Mintzlaff, diretor executivo de projetos e investimentos da Red Bull.
O despedimento de Horner chega numa fase de enorme incerteza relativamente ao futuro de Max Verstappen, o quatro vezes campeão do mundo esta contratualmente ligado à Red Bull até 2028 mas tem sido perseguido pela Mercedes para se juntar à marca alemã na próxima época.
Nos últimos 3 anos a Red Bull tem sido palco de disputas internas por poder, o que tem prejudicado a relação com Max e a sua família. Jos Verstappen, pai de Max tinha uma relação tensa com Horner devido a uma ‘acumulação excessiva de funções e responsabilidades’ que se traduzia em mais poder para o ex-team principal segundo a AMuS, assim como o escândalo derivado das acusações de assédio da parte de Horner há cerca de dois anos.
A saída de Horner pode também abrir a porta a um eventual despedimento de Pierre Wache, o atual diretor técnico da Red Bull, que segundo o The Race era uma figura menos apreciada dentro do círculo pessoal de Max Verstappen devido à sua incapacidade de lidar com as fraquezas do carro.
Uma das reuniões que alegadamente selaram o destino de Horner incluíram Max Verstappen e Oliver Mintzlaff.
Os últimos 12 meses têm sido marcados por um êxodo de algumas figuras de topo da Red Bull como Adrian Newey e Jonathan Wheatley que era diretor desportivo na equipa.
Will Courtenay, o atual líder do departamento de estratégia da Red Bull estará prestes a trocar a marca austriaca pela McLaren para assumir funções de diretor desportivo, tem sido mantido na equipa por insistência de Horner no cumprimento do seu contrato.
Dificilmente haveria um timing correto para o despedimento de uma das principais figuras da organização, mas a menos de um ano do início da utilização de motores construídos pela Red Bull em parceria com a Ford tornando a Red Bull numa works team pela primeira vez na sua história é revelador do quão conturbado estaria o ambiente para que o homem responsável pelo sucesso e inovação dentro da equipa desde a sua criação seja demitido das suas funções antes de ver nascer um projeto que foi efetivamente liderado por ele.
Horner encontra-se atualmente sem destinos óbvios na F1 mas a Ferrari parece o mais provável. Fred Vasseur encontra-se sobre imensa pressão e no inicio do mês circularam rumores sobre uma possível sondagem efetuada a Horner da parte de John Elkann, dono da Ferrari.