A auto-avaliação de Lewis Hamilton depois dos dois últimos fins-de-semana chamou a atenção dos fãs.
Depois da sessão de qualificação no Hungaroring onde Lewis Hamilton foi eliminado no Q2, o britânico apelidou-se de ‘inútil’ e sugeriu que a Ferrari encontre outro piloto, voltou a afirmar o mesmo depois da corrida de domingo. No entanto, há quem discorde.

Toto Wolff, que partilhou anos de imenso sucesso com o 7 vezes campeão do mundo, afirma que Lewis estava a ser emocional e a falar com o sangue quente. Quando questionado sobre a possibilidade de Hamilton estar a perder as suas capacidades, o team principal da Mercedes foi rápido a afastar estas alegações:
‘O Lewis estava muito emocional, é realmente o que ele sentiu depois da sessão de qualificação, foi muito brusco, duvidou dele próprio e já passamos por situações similares no passado, quando o seu desempenho estava abaixo das suas expectativas, fica muito emocional.’
‘Ele tem tendência a ser muito transparente com as suas emoções, desde criança que o é. Mas a verdade é que ele é o melhor de sempre e irá continuar a ser o melhor de sempre, nada nem ninguém pode alterar isso e certamente não será um fim-de-semana ou uma época que não corra como planeado a alterar o seu estatuto.’

‘É algo que ele tem de se lembrar, que é o melhor de sempre, tem muita coisa para fazer ainda na Formula 1, tem tido um desempenho abaixo do que seria de esperar nestes regulamentos, assim como a Mercedes e nunca esteve satisfeito com esta geração de carros, talvez esteja ligado ao seu estilo de condução, acredito que na próxima época com os novos carros que são completamente diferentes de conduzir, que Lewis volte a brilhar.’
Fred Vasseur também comentou sobre as declarações de Hamilton e afirma que por enquanto não há motivos para ficar alarmado:
‘Ele é muito exigente, e penso que seja por causa disso que tenha ganho 7 campeonatos. É exigente com engenheiros, com a equipa, com o carro e até comigo mas acima de tudo é exigente com ele próprio. Penso que é boa motivação para ele e o principal motivo pelo desempenho que demonstrou durante toda a sua carreira.
Vasseur compreende que a situação na Hungria foi difícil para Lewis mas sente que é necessário colocar contexto nas situações e houve detalhes importantes a ser ignorados.
Na sua opinião, os acontecimentos tiveram um aspecto muito pior do que realmente foram porque o Q2 levou realmente a Ferrari ao limite, havendo a hipótese de ambos os carros serem afastados.

´É óbvio que um sete vezes campeão do mundo ser eliminado no Q2 enquanto vê o seu colega em pole é duro, muito duro. Mas a realidade é que ele esteve à frente do Charles no Q1 e nas voltas iniciais no Q2 estava apenas a uma décima do Charles. Não estivemos longe de ter ambos os carros eliminados no Q2.’
‘É claro que o resultado final foi uma pole position para o Charles mas a realidade é que a diferença entre pilotos não é de 1.2s. Consigo compreender a frustração do Lewis. É normal e ele voltará mais forte. Falamos muito sobre isto ontem. A corrida foi difícil porque ele estava preso num comboio de DRS mas o ritmo foi bom e acredito que ele volte em Zandvoort e tenha um desempenho positivo.’
Vasseur foi também questionado sobre como iria motivar Lewis e afirma não necessitar de o fazer: ‘Não preciso de o motivar, honestamente ele está frustrado, não desmotivado. É diferente.’
‘Consigo compreender completamente a situação e é possível retirar fora de contexto algo que é dito dentro do carro. Mas sinto que é igual ou pior noutros desportos. Compreendo a frustração, estamos todos frustrados mas às vezes depois de uma corrida ou qualificação é fácil estar desiludido e a primeira reação é sempre muito brusca. O que é importante saber é que estamos todos a empurrar na mesma direção.’