O aparatoso acidente de Jack Doohan durante o FP2 em Suzuka abriu a porta a um diálogo relativamente à ativação e desativação do DRS e os atuais diretores da Formula 1 Grand Prix Drivers Association têm opiniões divergentes.
Doohan destruiu por completo o seu Alpine na primeira curva do circuito Japonês depois de tentar algo que testou em simulador, efetuar a curva de DRS aberto a cerca de 300 KM/H.
Depois da sessão foi noticiado que Doohan não teria desativado manualmente o DRS e isto levantou preocupações com diversos pilotos, que durante o briefing da noite de sexta-feira se dirigiram ao diretor de corrida da F1, Rui Marques para saber se seria possível implementar um automatismo para a desativação do DRS na entrada para as curvas como medida de segurança na eventualidade de os pilotos não o fazerem.
Não queremos que seja automatizado, queremos que fique ao critério e responsabilidade dos pilotos, já existem demasiados gadgets e sistemas
Atualmente, o DRS pode ser fechado através da travagem do carro, o levantar do acelerador por uma certa margem ou através do botão de ativação; o problema surge em curvas como a inicial do circuito japonês que é feita a alta velocidade portanto na eventualidade de o DRS não ser desativado manualmente, a probabilidade de algum dos outros mecanismos o desativar é muito baixa ou quase nula, o que levará a que os pilotos entrem na curva com significativamente menos downforce do que seria suposto.
Segundo a resposta da FIA às questões levantadas, foi sabido que seria possível um fecho automático mas qualquer erro neste sistema poderia ter consequências gravíssimas para os pilotos.
Questionados sobre esta questão, George Russell e Carlos Sainz, atuais presidentes da GPDA deram opiniões divergentes sobre o tema.

‘A segurança continua a ser a prioridade, especialmente com as velocidades que atingimos, em qualquer outra era da F1, o Jack não teria saído do carro, por isso precisamos de continuar a fazer progresso, se vamos fazer os carros tão rápidos como são é necessário que a segurança acompanhe a velocidade.’
‘Sinto que fui bastante vocal na sexta-feira quando disse que estava surpreendido que este tipo de acidentes não tenham acontecido mais vezes, porque eu próprio já tive momentos em que falhei o botão e o DRS manteve-se aberto, isto faz com que o carro chicoteie na entrada da curva e prega-nos um valente susto a entrar em curvas como a primeira aqui, a primeira em Shanghai ou na nona curva na Austrália, temos demasiadas curvas como estas onde depende tudo do piloto, desde fechar o DRS a conseguir fazer a recuperação.’
‘Espero que este acidente demonstre que necessitamos de um mecanismo que feche o DRS automaticamente, 100 ou 50 metros antes do ponto de travagem para que não haja a possibilidade do piloto cometer um erro ou que o DRS não feche, e se não fechar, que nos dê um ligeiro aviso de que não foi fechado automaticamente.’ Afirmou Sainz.
Com a chegada dos novos regulamentos em 2026, o DRS irá desaparecer mas ainda assim, as peças ativas de aerodinâmica, a asa dianteira e traseira ainda vão ser controladas manualmente pelos pilotos à semelhança da tecnologia de redução de drag atual.
George Russell apresenta uma opinião diferente, e acredita que este tipo de erros devem ser evitados pelos pilotos.

‘Obviamente que o que aconteceu ao Jack foi um grande acidente e um grande azar, mas é uma daquelas coisas que se vê a acontecer uma vez e toda a gente acaba por reconhecer o problema, e realisticamente esta é a única curva do calendário onde isto é realmente um problema. Não penso que nada necessite de ser alterado, como pilotos precisamos de ter responsabilidades; temos de ir a fundo na reta e virar na chegada à curva, o premir de um botão é parte do trabalho.’
‘Não queremos que seja automatizado, queremos que fique ao critério e responsabilidade dos pilotos, já existem demasiados gadgets e sistemas.’