As máscaras caíram e tivemos finamente a nossa primeira sessão competitiva de 2025, o que podemos retirar da qualificação do grande prémio Australiano?
A evolução da performance dos carros do ano passado para este foi extraordinária, num ano em que as mudanças não foram significativas relativamente a 2024, as equipas e pilotos conseguiram maximizar e espremer ao máximo o potencial das guide lines da FIA e isto traduziu-se no tempo de pole do ano passado a ser batido ainda no Q1 com Lando Norris a conseguir um 1:15:912 comparativamente ao 1:15:915 que foi suficiente para Max Verstappen conseguir a pole no ano passado.
se o ritmo de corrida for remotamente similar ao apresentado em qualificação, podemos ver o gigante adormecido a começar a acordar da sua hibernação.
Não está a ser um fim de semana fácil para a HAAS e em particular para Ollie Bearman, depois de um acidente no treino livre 1 e ter perdido o controlo do carro no treino livre 3, o VF-25 do piloto britânico apresentou mazelas e foi incapaz de realizar sequer uma volta no Q1, como se isto não fosse suficiente, o francês Ocon não conseguiu ir para lá do 19º lugar, atirando a HAAS para 19º e 20º lugares para a grelha de partida de amanhã, isto cai como um balde de água fria paras as aspirações da equipa Americana que teve em 2024 o seu melhor ano na Fórmula 1 desde 2018.
O segundo carro da Red Bull continua a dar dores de cabeça a toda a gente, depois de uma pré-época em que a equipa técnica da Red Bull se fartou de afirmar que o carro tinha sofrido alterações para o tornar mais consistente e fácil de conduzir para ambos os pilotos, chegamos ao Q3 e vemos Liam Lawson a ser eliminado em 18º lugar, enquanto o seu colega, Max Verstappen conseguiu a 3ª posição para a corrida da madrugada de domingo e o seu ex-colega, Yuki Tsunoda com o qual lutou pelo segundo lugar na Red Bull, se qualifica em quinto lugar num carro inferior ao de Lawson, isto pode dar aso a algumas conversas desconfortáveis sobre a escolha que foi feita este inverno entre Liam e Yuki e sim, é bastante cedo ainda para fazer este tipo de afirmações mas num desporto como a Fórmula 1, Lawson terá pouco tempo para conseguir melhorar a sua performance até que os murmurinhos se tornem ensurdecedores.
Helmut Marko, diretor do programa de jovens pilotos da Red Bull e conselheiro de desportos motorizados da gigante de bebidas energéticas esteve nas manchetes na última semana ao afirmar que Jack Doohan e Gabriel Bortoleto não tinham estofo para estar na posição em que estão afirmando até que ficaria surpreendido se Doohan conseguisse terminar a época, a resposta dos rookies? Uma espetacular chegada ao Q2 por parte de Bortoleto e Doohan numa sessão que viu Lawson, piloto que fez parte da academia da Red Bull escolhido por Marko e que agora ocupa o cockpit da Red Bull ficar atrás de ambos não conseguindo passar do Q1.
Particularmente interessante foi a performance de Bortoleto que bateu o seu colega Nico Hulkenberg que já conta com imenso tempo na modalidade.
Outro rookie que se ficou pelo Q1 foi Kimi Antonelli que infelizmente teve um azar com os corretores de pista que viram o seu carro a ficar irreconhecível comparativamente ao de George Russell que conseguiu um quarto lugar. Ao fim de algumas voltas, o carro de Antonelli começou a produzir mais contacto entre a floorboard e o alcatrão que via imensas faíscas a ser produzidas como resultado deste contacto e proximidade com o chão, o mercedes perdia velocidade exponencialmente sendo incapaz de passar do 16º lugar para a corrida de domingo, será isto produto da falta de experiência do jovem ou simplesmente um azar?
Isack Hadjar venceu a primeira batalha de rookies, embora não conseguisse chegar ao Q3 como o seu colega Yuki Tsunoda, o franco-argelino irá partir de 11º lugar na corrida de domingo numa sessão em que a construtora de Faenza surpreende pela positiva ao retirar ambos os carros do Q1 com Hadjar a meras milésimas de chegar ao Q3 na sua primeira sessão de qualificação na Fórmula 1.
Os fãs do desporto estavam com expectativas altíssimas para a Ferrari de 2025 mas a verdade é que esta sessão de qualificação foi meio que uma desilusão.
Embora ambos os pilotos tenham chegado ao Q3, algo com que Hamilton sentiu algumas dificuldades nas suas últimas épocas com a Mercedes, a verdade é que os italianos não surpreenderam e ficaram até ambos atrás do Williams de Alex Albon e isto não pode ser dado como um azar. Durante o Q2, entre o minuto 5 e 4 o carro 16 e o 44 eram os únicos em pista, significando que tiveram a possibilidade de com uma pista já quente e com borracha, com os pneus quentes a meio da sessão, mostrar o potencial do SF-25 sem qualquer tipo de intervenção de outros fatores, e a verdade é que nenhum dos pilotos conseguiu realizar um tempo que liderasse a sessão, resta saber se o race pace dos italianos será diferente mas parece que este ano irá começar com a McLaren a ser novamente o carro a bater.
‘Unbelievable car’, foram estas as palavras de Lando Norris ao estacionar o seu carro à frente da placa de 1º qualificado, junto ao seu colega Oscar Piastri que terminou em segundo, parece que a atual campeã de construtoras não tirou o pé do acelerador depois daquela que foi a espetacular época coletiva da McLaren em 2024, e apresentaram-se em Albert Park com aquele que aparenta ser o carro a bater para esta época, Lando Norris liderou todas as sessões de qualificação e prepara-se para partir da primeira posição no domingo, será que os fantasmas da época passada foram afastados e veremos Lando a conseguir agarrar-se à liderança depois das voltas iniciais?
Desde os treinos de pré época que a Williams tem vindo a provocar sensações de curiosidade aos fãs, será que é este o ano em que os veremos a lutar constantemente no midfield? A revolução de James Vowles pilotada por Carlos Sainz e Alexander Albon parece estar a todo o vapor, pela primeira vez em 10 anos que temos dois Williams no Q3 em Albert Park e aquilo que eram dúvidas relativamente à sua performance foram respondidas nesta sessão de qualificação, com Alexander Albon a conseguir um sexto lugar à frente de ambos os Ferrari e Sainz e conseguir o décimo lugar, novamente é bastante cedo para chegar a qualquer conclusão mas se o ritmo de corrida for remotamente similar ao apresentado em qualificação, podemos ver o gigante adormecido a começar a acordar da sua hibernação.
