Ferrari

Soam os alarmes em Maranello?

A época de 2025 tem sido um pesadelo para a Ferrari. A Scuderia foi incapaz de continuar o excelente desenvolvimento conseguido na segunda metade da época passada e apresenta-se esta época com um SF-25 profundamente limitado em vários departamentos, com Singapura a ser o mais recente exemplo da falta de competitividade da equipa italiana. 

Desde a sua chegada à equipa que Leclerc tem sido o destaque de Maranello mas as frustrações que tem demonstrado nas últimas semanas parecem revelar que o Monegasco parece estar com um pé fora da equipa se nada mudar até 2027. 

Há cerca de um mês foi noticiado que o manager de Charles Leclerc, Nicolas Todt, andou a sondar algumas equipas do paddock relativamente a um destino onde Charles pudesse aterrar em 2027, com equipas como a McLaren, a Mercedes e a Aston Martin a serem mencionadas, e no seguimento do Grande Prémio de Singapura parece que o piloto está mesmo a considerar uma mudança da equipa se as coisas não tomarem um novo rumo em Maranello com os novos regulamentos em 2026, Leclerc demonstrou-se profundamente desiludido com o atual estado do carro da Ferrari e com o trabalho realizado em fábrica: 

‘Infelizmente não temos um carro para competir com os líderes. A diferença para a McLaren tem sido a mesma desde o início da temporada, a Red Bull tem vindo a melhorar desde Monza, a Mercedes parece ter melhorado também e depois existimos nós.’ 

Surgem rumores em Itália sobre uma alegada tensão vivida em Maranello que parece estar a alastrar-se para a pit wall. Segundo o Corriere dello Sport, Fred Vasseur teve uma discussão bastante tensa com Matteo Togninalli, um dos principais responsáveis de engenharia da Ferrari depois da sessão de qualificação do passado fim-de-semana, e ao que parece, existem no departamento técnico pessoas profundamente frustradas com Charles e os seus comentários relativamente ao carro. 

O tom utilizado por Leclerc demonstra as dificuldades pelas quais tem passado em Maranello, com ambos os pilotos a serem forçados a focar-se mais em gerir o carro do que propriamente lutar por vitórias, com este facto a ser demonstrado em Singapura onde os Ferrari se viam obrigados a levantar o pé do acelerador bastante mais cedo do que seria suposto na abordagem à curva de modo a não colocar demasiado stress sobre os travões. 

‘O que vimos este fim-de-semana vai provavelmente ser o que vamos ver para o resto da temporada.’ Afirmou Leclerc. 

Charles tem sido a cara da Ferrari desde que chegou, e pela primeira vez ouvimos rumores de um possível descontentamento interno com o piloto, assim como a possibilidade de Leclerc abandonar a equipa. 

Charles Leclerc com o seu agente, Nicolas Todt.

Do círculo de Leclerc surge a mensagem de que talvez seja necessário começar a utilizar o cérebro em vez do coração para tomar decisões sobre o futuro. Com a chegada do novo ciclo de regulamentos em 2026 é importante não desperdiçar a oportunidade de lutar por títulos e não arriscar a sua carreira só por lealdade à Ferrari. 

‘O Charles é um dos melhores talentos da sua geração, juntamente com o Max e mais alguns pilotos. Já não é um bebé, tem muitas épocas com a Ferrari e claramente acho que precisamos de ter um carro vencedor.’ Afirma Nicolas Todt 

Os desafios da Ferrari vão muito além do que se passa em pista e comparativamente à segunda metade da época passada, a queda de desempenho não podia ser maior. Maranello está a passar por um momento crítico que pode moldar o futuro da equipa. São precisas soluções para restaurar a competitividade e acima de tudo, manter Charles e trazer-lhe um carro com que consiga lutar por um campeonato.