O início de vida para o 7 vezes campeão do mundo na Ferrari não está a ser fácil e ele próprio o admite.
Em entrevista após o Grande Prémio da Arábia Saudita Lewis Hamilton revela ter ‘0 situações positivas’ a retirar da sua performance durante o fim de semana e demonstra preocupação relativamente ao resto da época.
Lewis Hamilton esteve a um mundo de distância de Charles Leclerc, algo difícil de explicar tendo em conta o currículo do britânico. Quase 6 décimas na qualificação e mais de 30 segundos em corrida foram os tempos que dividiram os pilotos de Maranello.
Honestamente, a diferença na telemetria não é enorme, sou só mais lento nas curvas. Temos set-ups diferentes e é algo que terei de investigar para perceber se o carro se sente melhor da maneira que ele está a fazer as coisas, que é sem dúvida alguma melhor.
O número mais preocupante foi sem dúvida a diferença em corrida, que foi a mais acentuada entre colegas de equipa este fim de semana.
Em entrevista à Sky Sports, Hamilton afirma não ter tido um segundo em que se sentisse confortável no carro: ‘Claramente o carro é capaz de chegar a P3. O Charles fez um trabalho excepcional hoje, por isso não posso culpar o carro.’

‘Não há nada de positivo que se possa retirar de hoje, excepto o pódio do Charles que é espetacular para a equipa. Da minha parte foi horrível, uma experiência penosa. Andei a deslizar por todo o lado e no primeiro stint estava a sofrer de imenso understeer, o carro não virava e depois imensos problemas de degradação no segundo, o carro estava ligeiramente melhor mas ainda assim não tinha ritmo, foi mau.’
Desde a vitória e pole na corrida de sprint de Shanghai que a sua situação piorou drasticamente e parece não haver resposta para o sucedido, pelo menos uma fornecida por Lewis.
‘Tenho dificuldades em sentir o carro. Mas não é nada em particular, não é algo para que possa apontar e dizer que é isto o problema.’
Embora 2025 esteja a ser um ano mau no geral para a Ferrari, a diferença entre os dois pilotos não podia ser maior e desde o fim de semana na China que esta diferença está a ser exacerbada de maneira imensa.
‘Honestamente, a diferença na telemetria não é enorme, sou só mais lento nas curvas. Temos set-ups diferentes e é algo que terei de investigar para perceber se o carro se sente melhor da maneira que ele está a fazer as coisas, que é sem dúvida alguma melhor.’

O SF-25 foi elaborado tendo em conta o estilo de condução de Charles Leclerc, o que é algo normal tendo em conta que o monegasco é o veterano na Ferrari. Historicamente os carros da Ferrari têm tido uma frente mais leve mas com esta iteração isto mudou por completo e a principal vitima é Lewis Hamilton que tem tido dificuldades constantes com a traseira do carro em alta velocidade e com a travagem. As constantes mudanças de Set-up demonstram que a Ferrari está empenhada em tentar melhorar a relação de Lewis com o carro mas existe também o sentimento de que o sete vezes campeão do mundo terá de adaptar o seu estilo de condução ao carro de modo a obterem resultados em conjunto.
A questão agora é se esta será uma situação fácil de remediar, desde a introdução da era atual de carros em 2022 que Lewis Hamilton tem demonstrado dificuldades de adaptação e parece que a mudança de ares para Itália não solucionou este problema.
‘De momento não há uma solução, por isso parece que vai ser assim para o resto do ano, vai ser doloroso’
2026 marca a chegada de novas regras à Fórmula 1 mas Lewis não se demonstra preocupado afirmando que ainda não pensou muito no assunto.
‘Ainda não perdi muito tempo a pensar nisso, espero que haja menos ground effect e que as coisas mudem um bocado.’